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o espelho

Eu fui uma criança triste. É o que minha mãe diz. Eu levava isso como ofensa até hoje. Parando para analisar os poucos momentos que lembro da minha infância, eles são todos melancólicos. As memórias que guardamos temos justamente porque elas envolvem emoções, assim as registramos. Bom, todas as que tenho são tristes ou levemente assustadoras. Mas não assustadoras com motivo, era apenas o sentimento que eu tinha.  Hoje, percebo que eu sempre fui uma criança com depressão e ansiedade, vivia com medo de tudo e em constante adrenalina por consequência. Porém, essa adrenalina era contida, quieta, não falava pra ninguém. Afinal, eu achava normal.  Eu já tinha tendências melancólicas, histórico familiar de doenças mentais, dificuldades de interagir com outras crianças, olhos atentos e boca calada. Tenho memórias visuais da minha infância, algumas. São cenas felizes, mas meu sentimento é confuso.  Ao passar do tempo, minha questão social melhorou um pouco. Conseguia fazer poucos ...

sobre o amor

Onde dói?  Onde faz cócegas? Onde enjoa? Onde faz rir? Onde liga? E onde desliga? Onde aquece o coração? Onde dá frio na barriga? Onde foi que eu errei? Quando? Não sei. Será que em algum momento acertei?

é pedir demais

Eu sou uma pessoa extremamente sentimental, apesar de não aparentar muitas vezes. Eu amo silêncio, o conforto, o aconchego, livros que me ensinam, filmes que emocionam, músicas que tocam. Eu amo o outono, meus gatos, meu canto. Eu odeio bagunça e caos. Estou começando a gostar dr andar de bicicleta num fim de tarde e apreciar o por do sol enquanto ouço playlists. Eu não costumo beber muito, fumar também não é frequente. Eu tive uma vida bem intensa em acontecimentos em poucos anos de vida, isso meio que me define de alguma forma. Quando estou triste, gosto que cuidem de mim. Quando estou feliz, gosto de compartilhar com quem amo. Quando estou com raiva, eu choro. Na vida, costumo pensar muito bem antes de fazer alguma coisa, mas em relações eu sou a primeira a me jogar de cabeça e viver intensamente o sentimento.  Eu quero alguém que possa abraçar quem eu sou, até o que não gosta. Eu quero alguém que eu sinta uma profunda admiração por quem ela é e representa. Eu quero alguém que e...

Bipolar love

      Os contrastes. O puro desinteresse e a obsessão. O nada e o tudo. O mais estranho é que a pessoa que você tem indiferença teria muito mais motivos para ser a favorita. Mas, não é, né? Nunca é. A procura da instabilidade na própria tempestade. 

"tu é incrível, mas..."

Que vergonha, eu procuro os outros o que não encontro em mim: aprovação. Em nenhum momento me aprovo, válido alguma atitude, aprecio minha companhia, minha beleza, meus talentos, virtudes, conquistas. Eu queria ser um rostinho bonito, dane-se que eu sou legal. Percebo que eu passo uma imagem um tanto "goofy" pras pessoas, o que me torna divertida, mas não interessante. Sou aquela pessoa que é mega gente boa, tem umas dicas de música massa, pode conversar qualquer coisa que anda. Em resumo, uma baita amiga. Não quero mais ser amiga de ninguém. Eu queria despertar desejo nas pessoas, interesse, não vou mentir. Atribuo o efeito contrário a minha personalidade, mas principalmente minha aparência.  Existem duas coisas em mim que eu não gosto, quase odeio: meu sorriso e meu peso atual. Meu peso não tem sido mais uma grande questão desde que testei a minha capacidade de mudar ele quando eu quiser cuidando minha alimentação. Mas meu sorriso, esse não tem solução prática.  Desde peque...

Surto da noite

      A noite sempre chegou como um soco no meu estômago desde que me entendo por gente. Sempre vi esta parte do dia (é estranho dizer que a noite é parte do dia) como um mal presságio desde bem nova. A escuridão, o silêncio, a calma duvidosa, o cansaço, a vulnerabilidade, tudo contribui. Me lembro de momentos da infância onde eu ficava em cima de uma mureta na frente de casa e ficava olhando para o céu e horizonte, vendo o sol se por entre colinas e dando espaço para o breu pouco a pouco. Aquilo me dava um certo medo, mas controlável.      Chegava as 18h, já era motivo para alertas. Às 20h, já era possível ter alguma crise existencial aos 8 anos de idade sobre o fato de que eu iria morrer um dia. Inclusive, achei por muito tempo que eu era a única a ter pensamentos mórbidos assim quando criança e recentemente conversei com 2 pessoas que também tinham isso. A saúde mental deles é duvidosa, mas de quem não é?      Desde então, vejo a noite mai...

a mensagem que nunca vai ser enviada #1

Oii, como tu tá? Ao mesmo tempo que eu acho que não deveria tocar no assunto, não estou vendo outra saída pra resolver de alguma forma esse problema. Quando você disse que estava com problemas que não me afetavam, eu fiquei mais que curiosa. Achei estranho como interagimos nos últimos dias e notei uma super diferença na frequência e tratamento que você tem em relação a mim. Espero que tu entenda que isso me afeta sim, de alguma forma indireta. Como já comentei antes, eu sou extremamente ansiosa e eu prefiro saber as coisas ao invés de ficar pensando nas possibilidades. Preto no branco é melhor pra mim, senão eu enxergo nuances incontáveis.  O que está acontecendo contigo, na tua vida, com a gente? O que somos? O quão profundo isso é pra você? Tá sendo bom pra ti?  Eu já não sei mais, nunca tive tanta certeza. Mas, parece que agora eu tenho menos ainda.  Eu tento contar até 10 e no 3 já me perco na contagem. Minha cabeça não para por milhares motivos que não sei nem listar...