Minha depressão
Eu me prendo em silêncios, só a voz da minha cabeça reina nesses dias de escuridão profunda da alma e da cidade. Faz dias que não abro a minha janela, eu nego comida, nego um banho, nego ir ao banheiro por puro vazio, medo de enfrentar o que me assombra durante tantos anos, que faz eu tomar drogas que só me sequelam e não me ajudam em praticamente nada. Eu, que sinto o gosto amargo do meu próprio inimigo: eu mesma. Me encontro sem esperança, sem passado, sem um futuro. Não lembro qual foi o ultimo remédio que tomei. Não lembro a ultima vez que comi decentemente. Não sinto amor nem de mim mesma. Minha unica companhia e afago, que ainda me exige um mínimo de compaixão para lhe acariciar, é meu gato, que passa seus dias dormindo, assim como eu, para passar a vida. Não só o tempo. Aqui estou eu, com um destino que me foi cruel, com o sentimento de que nada pode dar certo, não por muito tempo, que não entende a felicidade alheia e que a inveja. Nem ao menos tenho o gosto de ler os livros qu...