O 'reabandono' do cachorro abandonado

     O amor alheio me enjoa. O amor por mim não existe. O amor que me dão não sei aceitar.
     Eu não nasci para vive-lo, nasci para senti-lo das mais diversas formas, arrecadando as dores mais absurdas.

***

     No deserto não existem lágrimas, elas evaporam antes de chegarem nas suas bochechas, mas isso não significa que o povo Médio não sente tristeza.
     Minha intenção não é te prender às sete chaves, te prender num mundo que não vale a pena, quero que siga por diferentes estradas, diferentes mundos. Eu continuarei aqui, no mundo que tu desprezas, mas estarei. As coisas por aqui mudariam caso você partisse, eu me tornaria o que ninguém jamais esperou, e você também. Sua volta seria apenas um evento transtornado, confuso, como se o passado voltasse e estivesse diferente. Poderíamos tentar revive-lo, mas acredito que não daria certo.
     O que me deixa triste não é sua possível partida (ainda remota), mas como todos os ciclos da minha vida se fecharam: com o abandono. Não que acontecesse de fato como um abandono, ele é mais um sentimento do que um acontecimento. Nenhum deles eu ainda consegui superar, mais um só tardia mais as coisas.
     Onde eu estaria no futuro? Como eu estaria? O que aconteceria? Povo do futuro, me conte. Me digam como a Bibiana do Futuro está. Me deixem mais tranquila ou me deixem preparada.

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