E se o amor existisse?

Não estou certa do que vejo, não estou certa do que sinto, não estou certa do que falo e isso não é por culpa sua. Acredito também que não tenha maneiras de me ajudar. Eu tenho medo de ir embora, eu tenho medo de ficar. Eu tenho medo da solidão, eu tenho medo de sua presença. Então eu me prendo ao conformismo e comodidade simplesmente pelo medo de refletir. Refletir e tomar a decisão errada e não conseguir voltar atrás. O amor já me pareceu mais simples, mas agora já está confuso, era mais fácil de sentir. Talvez eu o sentisse mais no passado com intensidade por ter que sentir por dois, os meus eternos amores platônicos que passavam das margens normais. Apesar de ela ter suas coisas ruins, onde está a antiga eu? Sinto saudade do meu folk, meu punk, das minhas filosofias, da minha solitária liberdade imaginária. Onde está aquela eu eterna apaixonada?
Esses dias eu vi algo que não me era mais comum: ver alguém da minha idade apaixonada. Me fez pensar em tantas coisas e refletir, eu era exatamente daquele jeito, mostrava com brilho nos olhos a mínima besteira escrita numa mensagem de texto, ou um diálogo totalmente indiferente para alguém, mas tão único pra mim.

Na verdade, eu era presa a um sentimento só, e ainda sou. Na verdade, tudo perdeu o brilho desde que a tempestade de luz apareceu. Não tem como explicar. Foi como ganhar o que você tanto queria de Natal quando era criança e todos os outros presentes tivessem muita pouca importância. Como numa noite de Ano Novo você visse os fogos mais lindos da sua vida, e no outro ano, você passasse dentro de casa vendo pela televisão. Enfim, é você conhecer (talvez) o amor da sua vida e depois os outros não tem a mesma graça. O único defeito foi uma das pontas desse cabo de guerra ser fraca. Essas coisas acontecem, mais do que imaginamos. Descobri que só encontrarei pessoa tão parecida comigo como aquela quando me olhar no espelho novamente. Porém, não me acho nem mais no espelho. Não vejo nada. Foram 9 meses de acontecimentos intermináveis, em sua maioria infortúnios. Com sorte, nunca mais vou te ver tão cedo. Com azar, nunca mais vou te ver tão cedo. 
Eu olhei tantas vezes pro céu com lágrimas rolando desesperadamente pedindo simplesmente a chance de encontrar você em algum momento, em alguma rua, em algum lugar. Já planejei tantas fugas e tantas conversas que nunca foram realidade. Já implorei aos astros o gosto de mais um momento, e nada. Mais um beijo doloroso e sua divida estaria paga, meu demônios iriam embora, mas outros voltariam. Não acredito mais no amor, não mais.

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