Desamores adolescentes
Ah, era tão normal isso acontecer... Todos diziam que as coisas acabariam bem, e realmente acabavam, mas o fim nunca começava. Eu sentia tanta falta de tanta gente, mas me parecia tudo momentâneo, ela (a falta) chegava como um torpedo, e, no fim, durava apenas alguns dias. Eu já estava acostumada a passar por perdas, sempre soube como funciona o processo, sabia até de trás para frente. Uns juravam desejo eterno (claro, nunca jurariam amor a uma garota, não na sua idade), outros falavam em saudade, alguns falavam que eu era foda e que merecia a felicidade (obvio, todo mundo merece isso apesar de tudo). E, como sempre, logo depois eles iam embora. Admito, nos primeiros dias era difícil. Logo depois eu não ligava mais. Acostumada e acomodada com a solidão de cada dia, vivendo apenas comigo, arranjando experiências por mim mesma (a maioria não muito boas). Eu não sabia muito bem como reagir perante a esses fracassos, se chorava ou se ficava indiferente, se pensava se o problema era eu ou os outros. Eu parei de sentir e procurar sentir. Eu me tornei o que sempre achei que fosse: uma rocha. Fria, que, porém, pode esquentar rapidamente. Forte, mas sedimentar.
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