Desde quando?

     Vejo total sentido em minhas frases mal acabadas, mal pontuadas. Não entendo os olhares alheios tentando entender minhas expressões, meus ditados antigos, gírias milenares. Não sei, para mim faz sentido.
     Nada como ser o herói de sua própria história, todos agradecem a sua bravura, mente rápida e inteligente, moral e ética. Que ser humano brilhante somos em nossas mentes, salvando nós mesmos de nossos próprios problemas, tão genial que se torna banal. Quantos de nós gostariam de serem ouvidos por alguém qualquer na rua para arrecadar opiniões, visões diferentes, ou simplesmente para desabafar. Bom, há também aqueles que não suportam dividir e escutar opiniões.
    
***

     Como gosto de voltar àquela casa simples. Gosto de respirar o ar que lá circula, de conversar com as pessoas que lá vivem e que um dia viveram. Me agrada também olhar a paisagem que é tão diferente da cidade que estou acostumada, olhar os carros velhos que pouco andam. Ah, aqueles rostos simpáticos e calados, como os adoro. Acho que eles nem sabem, ninguém sabe. Fazem piadas e comentários que me comovem tanto, e eles nem percebem, acho que eles nem sabem. É, talvez eles nem saibam. Que continue assim...
      Moto empoeirada, me leve para passear, para completar meu traje só faltava você. Me vicio cada vez mais no cheiro que exala de um fusca. Meu querido, dancemos Chuck Berry como naquela cena de Pulp Fiction, Não tenho os olhos de Uma Thurman e você não tem a pinta do John Travolta. Quem se importa?
     Desde quando eu faço tantos planos? Desde quando fantasio tanto?
     Desde sempre.

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