Como o vento do inverno

                                      Soou no ar como o vento de inverno que invade nossas casas sem que nenhuma janela esteja aberta. Como é possivel? Acho que você, como o vento frio, já está presente até na umidade do ar, se tornando impossível de se negar e/ou até esquecer. Meu céu-da-boca coça de tanto que espirro por causa dessa friagem que ataca minhas costas desprotegidas. Me cansei das chuvas e dias gelados, meus cobertores não dão mais conta, não tenho mais nada pra fazer, e nem o que fazer. Me encontro no mesmo ciclo, começando e terminando no mesmo lugar de antes. Farta e incomodada pelos mesmos motivos.
                                      Os motivos mudam, as reações são as mesmas. O telefone me atormenta, me deixa complexada, me deixa confusa, me ilude. Pois eu acho que irás atender ao meu chamado desesperado por ouvir tua voz. Mas não, eu tenho que me conter! Afinal, o que eu iria dizer? Que desculpa eu teria que inventar? Não posso interferir mais no seu caminho com tanta precisão, com tanta força, mas é tão necessário... Não tenho mais a capacidade (e nem posso) de olhar no teu olho e ser sincera. Quisera eu ter.
                                       Balanço meus pés inquietos e permaneço em silencio absoluto andando de um lado para o outro com cara fechada. As pessoas me perguntam por que eu estou tão quieta, mas eu nego, finjo, digo que não estou. Mas na verdade, até ouvir sobre sua repulsão por doces me traz tudo na cabeça. Logo quando eu ia esquecendo...
                                       Então eu vou tomar meu chá, respirar fundo, olhar a chuva pela janela, respirar fundo mais uma vez, e pensar em te ligar, nem que seja pra dizer que não te amo mais (e, novamente, mentir).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

EI, PARA!

Mutuamente