Sonhos feitos de papel

            É imaginar aqueles dedos finos te segurando firme, te tocando por pequenas intenções acidentais, imaginar eles mexendo no seu cabelo enquanto você tenta dormir com um ar de felicidade entre os lábios cerrados, é observar aqueles dedos finos batendo nos seus joelhos para acompanhar a batida rock n' roll. É colocar o seu rosto no meu travesseiro pra brincar de faz de conta, colocá-lo em minha direção. É botar aqueles olhos nos meus, fazer com que esses lindos olhos que tens reparar em minha carcaça mal amada, toda rasgada, toda machucada, mas ainda tão amável.
            Decido brincar no mundo da imaginação por um tempo, pensando em tornar toda essa molecagem em realidade precária. Fecho os olhos e espero o escuro virar uma cena, um sentimento. Me ponho na carona - me parece um bom lugar -, então pergunto com uma voz envergonhada onde me segurar pra não cair, e me prendo finalmente em sua cintura.
            É ruim e, ao mesmo tempo, é bom ver que não podemos ficar juntos. É ruim eu ficar sonhando acordada dia e noite me pondo em tudo o que você faz, ficar na vontade, na dúvida, na suplica, estar pondo em jogo felicidades de arredores, perceber que não sou seu sonho e desejo. É bom eu sentir um desafio, a vontade de viver algo novo, o frio na barriga quando percebo seu olhar direto em minha direção.
            Adorável é a sensação de ser abraçada quando você chega, é ouvir a sua voz que é amável, é conhecer seus atos, observar suas ações sem que você perceba. Meio psicótico de minha parte, mas tu nem imagina o que se passa na minha cabeça (e nem pode imaginar). Enquanto nada disso é dito, eu serei mais uma pessoa que você conhece e que não faz tanta diferença na sua vida.





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