Preciso regar as flores do jardim

             Poetas não falam mais por mim, quando vejo, ou melhor, leio todos esses versos, nada me faz sentido a não ser a 2ª Geração do Romantismo. A melancolia, a dor de não te ter, a vontade de voltar ao passado, isso sim é minha realidade de agora. Sinto-me presa, enclausurada sobre seus atos, palavras. Passo calor, passo frio e não ligo se sinto ou não; fico chorando, fico rindo e não ligo pro sentido de tudo isso. Só sinto, não penso mais. Quero ouvir meu silencio, entender o que ele quer me dizer, o que ele quer que eu entenda de uma vez por todas.
             Eu cansei de ser passiva nessa história, se eu te quero, eu tenho que me mexer, mas você é tão sensível quanto a qualquer movimento, você logo foge se não é nada como você quer. Eu sei que você foi legal comigo, não me destratou em nenhum momento, foi gentil, me disse com todas as palavras pra que não houvesse desentendimento. Tudo bem até ai, foi difícil pra mim processar toda essa informação, mas agora você vem cheio de toques, olhares estranhos, risadas bobas, preocupações... Quem é você?
             Eu me encontro fragilizada, você está voltando a se aproximar e não sei o que fazer com isso. Se é para sermos próximos, que seja mentalmente e fisicamente, por favor. Senão, não alimente as esperanças de uma pobre e sensível sonhadora juvenil. As flores que estão nascendo no Jardim Lutzenberger ainda não tiveram a chance de nos ver, aquele dia em que passamos juntos, elas ainda nem tinham germinado. Não posso mais passar pelo 5º andar da Casa de Cultura e não lembrar dos seus abraços, nossas mãos entrelaçadas. Foi um dia mágico, e eu tive que estragar tudo. Agora, só quero consertar para que, um dia, as flores do nosso jardim tenham a chance de nos ver juntos novamente.

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