Uma carta depois de 50 anos
Meu amigo, finalmente chegamos a essa idade. Alguns arranhões, algumas doenças a mais, uma dor na lombar, uma unha encravada, uns quilos a mais, mas estamos de pé. Aconteceram tantas coisas na nossa vida, não é mesmo? Foram tantas risadas, tantos choros, tantas despedidas, tantos reencontros que não se pode contar. Chegamos vivos aos 66 anos, você com sua bengala (como sempre sonhou em ter) e eu com duas agulhas de tricô. Tivemos alguns desencontros, mas ainda me pergunto como você está até hoje.
Eramos tão próximos nos nossos tempos de colégio, compartilhávamos muitas coisas: histórias, segredos, desejos, manias, experiencias. Passamos um bom tempo pensando que gostávamos um do outro, chegamos a arriscar algumas saídas, mas não adiantou. Olha, quando era mais jovem, gostava de um música que dizia o seguinte: "Mas meu amor, a gente junto não rola". Por mais que a música fosse uma piada completa, ela tinha razão. Nós eramos muito parecidos, tínhamos gostos parecidos, porém juntos não ia dar certo. E realmente não deu.
O importante é que tentamos, e foi até bom termos passado por essa experiência, tiramos todas as dúvidas a limpo. É bom lembrar dessas loucuras de jovens. Tenho que admitir: eu tinha ciúmes de algumas gurias que ficavam na sua volta de vez em quando, e isso nunca vou entender.
Achava muito engraçado a tua risada e a maneira que tu falava depois de rir, tu dava umas desafinadas muito boas, achava legal seu cabelo grande, apesar de eu ter aquela profunda vontade de passar a tesoura nele enquanto você dormia, e o mesmo acontecia com a barbicha. São tantas lembranças daquele tempo...
Não sei se você sabe, mas sempre te considerei um dos meus melhores amigos, aqueles que a gente guarda pra vida inteira embaixo de 7 chaves. Você valia ouro, e tenho certeza que vale até hoje.
Espero que esteja tudo bem contigo nesses momentos difíceis, que você esteja rodeado de pessoas que te amam apesar de algumas delas você não gostar tanto assim. Aprenda a amar quem te ama, eu demorei muito tempo pra aprender. Um beijo e um abraço de sua eterna amiga.
Eramos tão próximos nos nossos tempos de colégio, compartilhávamos muitas coisas: histórias, segredos, desejos, manias, experiencias. Passamos um bom tempo pensando que gostávamos um do outro, chegamos a arriscar algumas saídas, mas não adiantou. Olha, quando era mais jovem, gostava de um música que dizia o seguinte: "Mas meu amor, a gente junto não rola". Por mais que a música fosse uma piada completa, ela tinha razão. Nós eramos muito parecidos, tínhamos gostos parecidos, porém juntos não ia dar certo. E realmente não deu.
O importante é que tentamos, e foi até bom termos passado por essa experiência, tiramos todas as dúvidas a limpo. É bom lembrar dessas loucuras de jovens. Tenho que admitir: eu tinha ciúmes de algumas gurias que ficavam na sua volta de vez em quando, e isso nunca vou entender.
Achava muito engraçado a tua risada e a maneira que tu falava depois de rir, tu dava umas desafinadas muito boas, achava legal seu cabelo grande, apesar de eu ter aquela profunda vontade de passar a tesoura nele enquanto você dormia, e o mesmo acontecia com a barbicha. São tantas lembranças daquele tempo...
Não sei se você sabe, mas sempre te considerei um dos meus melhores amigos, aqueles que a gente guarda pra vida inteira embaixo de 7 chaves. Você valia ouro, e tenho certeza que vale até hoje.
Espero que esteja tudo bem contigo nesses momentos difíceis, que você esteja rodeado de pessoas que te amam apesar de algumas delas você não gostar tanto assim. Aprenda a amar quem te ama, eu demorei muito tempo pra aprender. Um beijo e um abraço de sua eterna amiga.
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