Rua Sem Ipês

      Hoje percebi a tristeza que tinha guardada dentro de mim, percebi que minha rua era uma das de Porto Alegre que não estava floreada e enfeitada pelos Ipês que florescem tão adiantados ultimamente. Desapontada com a situação, parei no meio da rua por uma fração de segundos para observar o quão a rua ficaria bonita com eles, e logo relacionei com minha vida (tenho mania de relacionar tudo).
      Quase todas as ruas daqui tem Ipês, a minha não tem. Por que? Será que eles não quiseram vir até aqui? Ou o solo ainda não está propício para tal árvore bela?  Quem sabe, não é? Mas eu os adoro tanto, eles poderiam me fazer uma visita alguma vez. Quase todas as pessoas tem um amor, eu não tenho. Por que? Será que ele não quis vir até mim? Ou eu não estou propícia para tal sentimento?  Quem sabe, não é? Mas eu o adoro tanto, ele poderia me fazer uma visita alguma vez.
      Entenderam a "relacionalização"?
      Isso, normalmente não me afeta, mas me pego pensando nessas coisas. Todo mundo faz esse tipo de pergunta reflexiva alguma vez na vida. Pois ando meio fragilizada, com alguns motivos certos, outros errados. São tantas incertezas que rodeiam, insisto em tentar entender o que se passa na cabeça dele quando ele me olha. Seria tão mais fácil se falassem o que gostaria de dizer, falassem o que gostaria que nós soubéssemos. A mania de complicar sempre prevalece nessas situações, o medo de arriscar nos impede de quebrar a cara ou viver uma bela experiencia. De qualquer modo, as duas opções são ótimas: se quebrar a cara, é praticamente uma prova real de que não é pra acontecer, se tudo der certo, a felicidade vem a tona. Se não tentar nada, tudo vai continuar em nada.
       Então, facilite pra mim essa história toda, diga-me o que eu quero escutar e o que você quer dizer. Vamos quebrar as regras, parar de deixar o medo nos seguir, deixar de lado o que pode nos impedir de ter ótimas lembranças que ainda não chegaram. Por favor, floresça minha rua com Ipês.

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