Vidro frágil

   Eu já fui uma pessoa muito quieta, escondia de todos o que sentia, o que olhava, o que pensava, o que queria, até mesmo o que dizia. Bom, na verdade, em algumas coisas não mudei, mas se tem uma coisa que mudei drasticamente é que me tornei uma pessoa transparente. Escutei esse terno de um amigo meu e coincidiu muito bem com a realidade, então passei a usa-lo. Enfim, se eu não gosto de algo, se sinto qualquer detalhe diferente, se percebo alguma coisa que não é de todo o bem... eu falo. Muitos podem pensar que isso é uma cobrança, como se eu estivesse dizendo pra alguém mudar a situação por alguma circunstancia, mas não. Eu simplesmente "aviso" o que está acontecendo pra que alguém me ajude a entender o porque está tudo acontecendo daquela forma.
   Muitos não gostam, por isso eu começo a reprimir e ficar quieta pensando pra tentar resolver tudo aquilo, muitas vezes acabo me perdendo em pensamentos, que pode virar paranoia. Sinto que as pessoas tentam me dizer como eu devo agir, como pensar, como sentir, como interagir, como falar, o que não deveria mostrar. Mas, quem são elas pra me dizer o que devo ou não devo fazer? Pessoas perfeitas? Totalmente centradas? Ou quem sabe menos loucas do que supostamente eu sou rotulada? 
   Por isso, acabei percebendo que todos esses devaneios que tive não me deram respostas, e sim, perguntas.