Antologia Cerebral

    Nesse momento da minha, as coisas estão indo teoricamente bem, mas ultimamente - hoje - estou tendo que fazer algumas escolhas importantes, que mudarão meu futuro e de outras pessoas. As chances que eu tenho de me ferrar é grande, uma estimativa de 80% e, apenas 20% de dar realmente certo. Tanta diferença pela razão de que tudo isso não depende de mim, a unica coisa que depende é a escolha que vou tomar, o resto sou passiva. As chances de me magoar nessa história toda é grande, vou ter que ver coisas que não gostaria, sentir raiva, tristeza, angústia, vou ter que saber coisas que iria preferir ser surda.     Essa escolha pode ferir alguém (além de mim), pode me tirar o sono, ela vai me ter nas mãos. Se eu der esse passo, pode ser que tudo mude na minha vida, pra melhor - se eu tiver sorte -, ou quem sabe pra pior.      São tantas coisas pra rever, pra entender, pra ter um pouco de certeza ao menos, e só tenho 4 dias pra escolher entre a eterna...

   Acabei de voltar da minha consulta semanal e foi superinteressante, consegui refletir sobre muitas coisas. Acabei percebendo que ninguém nesse mundo consegue tudo o que quer sendo o mocinho da história, o que me lembra um verso do poema "Um dia" de Mário Quintana que é o seguinte: "Um dia saberemos que ser classificado como o 'bonzinho' não é bom...". Eu sou a prova viva, durante muito tempo tive um coração imenso, ajudava sem pedir ajuda, tolerava sem pedir tolerância, aconselhava sem pedir conselhos. Mudei. Tive que mudar. E sabe o que é mais estranho? Agora as coisas dão mais certo do que davam antes.     Percebi também que, quem tem que me completar, sou eu mesma, as outras pessoas tem que acrescentar tudo o que já tenho - isso é um pouco grosseiro, mas é a ''resposta'' que achei -, assim conseguiremos, talvez, a verdadeira felicidade. Antes que você se pergunte, não me sinto completa, sempre quando olho pro lado ou analiso algo, faço...

    O que fazer agora? O que esperar? O que sonhar? O que dizer? Será que devo seguir ou me conter? Quem sabe talvez se eu... Bom, não sei. São nesses momentos que ficamos sem reação, sem noção de tempo, de espaço, e até dementes, mas é inevitável. Esses dias, eu estava muito tranquila, tudo estava ocorrendo perfeitamente, até que ele bateu na minha porta. Me assustei, logo perguntei: - O que você está fazendo aqui de novo e tão cedo?      Ele, naturalmente, respondeu: - Vim para te infernizar de novo, te deixar com duvidas, com noites mal dormidas, sem noção do perigo e outras coisas que você estava desacostumada a fazer.      Aquela visita foi surpreendedora, não esperava vê-lo tão rapidamente, ele tinha acabado de sair e tudo estava tão bem do jeito que estava, mas justo agora tudo tinha que virar de cabeça pra baixo. Ele só não chegou rápido como chegou furioso, batendo as portas e janelas, intenso, logo de cara.    ...

    Eu já fui uma pessoa muito quieta, escondia de todos o que sentia, o que olhava, o que pensava, o que queria, até mesmo o que dizia. Bom, na verdade, em algumas coisas não mudei, mas se tem uma coisa que mudei drasticamente é que me tornei uma pessoa transparente. Escutei esse terno de um amigo meu e coincidiu muito bem com a realidade, então passei a usa-lo. Enfim, se eu não gosto de algo, se sinto qualquer detalhe diferente, se percebo alguma coisa que não é de todo o bem... eu falo. Muitos podem pensar que isso é uma cobrança, como se eu estivesse dizendo pra alguém mudar a situação por alguma circunstancia, mas não. Eu simplesmente "aviso" o que está acontecendo pra que alguém me ajude a entender o porque está tudo acontecendo daquela forma.    Muitos não gostam, por isso eu começo a reprimir e ficar quieta pensando pra tentar resolver tudo aquilo, muitas vezes acabo me perdendo em pensamentos, que pode virar paranoia. Sinto que as pessoas tentam me diz...

   Estou com a estranha sensação de estar sozinha no mundo, eu normalmente não tenho isso, mas não sei explicar o que aconteceu pra isso ocorrer. Enfim, coisas passageiras. Sabe aquele sentimento de quando você era criança e morria de medo da chuva, tentava ligar para todos os números que conhecia para se sentir mais seguro e ninguém atendia? Não? Eu era assim. Nunca suportei ficar sozinha em casa quando criança, e incrivelmente, toda vez que ficava, chovia.       Pra você entender com o que estou relacionando isso, vou simplificar: eu estou sozinha em casa, estou vendo muitas pessoas online, mas nenhuma delas parecem estar presentes. Ridículo isso!         Venho me sentindo sozinha nesses últimos dias, como se todos estivessem a minha volta, mas ninguém está presente. Como isso é possível?

   Nem sempre é bom ser diferente, pelo menos na infeliz idade que tenho. Apesar de infeliz, é a melhor idade que tem, onde todas as memórias e aprendizados e um dos maiores números de erros estão presentes. Nessa minha idade, ser uma pessoa com personalidade forte, ser diferente, ter pensamento idealistas, ser individual, mostrar-se desigual aos outros é um pouco perigoso. As chances de você não ser aceito é bem grande, logo, se sente deslocado, se sente um pouco aflito e preocupado com seu futuro próximo, você não tem nem ideia do que pode acontecer. O medo te atinge sempre que alguém te olha torto e depois vem seguindo uma risadinha, mais estranho ainda é o pensamento que você fica, a neura que dá: "Será que era pra mim?", "É o meu cabelo?", "É a roupa que estou usando?", "Eu sou feio(a)?", "Tem algum problema comigo?"...     É incrível como pessoas que tem mais de 18 anos (ou que tem uma mentalidade mais ou menos por essa idade) ve...

Não a julgue como louca, não diga algo tão óbvio Uma criatura tão doce, é o que é Tanto medo ela tem, e como tem Covarde ela foi por muito tempo Arrumando a bagunça alheia, Sem que ao menos tentasse arrumar a sua Deixando chances passar Deixando a fantasia dominar Deixando a realidade de fora Por que tão sozinha? Uma infância tão triste e solitária Como foi a minha, como parecia a minha Por que choras fazendo seu bolo de ameixas Ao invés de abrir a porta? Sei bem o porque, eu faria o mesmo Em todos os sentidos [Baseado no filme "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain" e a incrível semelhança que tenho com a personagem]

   Não sei muito bem o porquê disso, mas sinto uma vontade de te conhecer, de entender seu universo, matar as curiosidades de uma vez. Eu sempre fiquei no "E se...", por isso acabei por não ter certeza de algumas coisas, mas parece que daquela vez e dessa vez estou convicta disso.    Descobrir por que você é uma pedra e ao mesmo tempo sensível, por que é um pouco impressionado, por que tão conformista, por que é complicado,  por que se demonstra tão forte diante das coisas, por que tão carente, por que tão intimo, por que tão inseguro, por que competitivo, por que se importa tanto com o sentimento das outras pessoas, por que tão incomodativo, por que tão egocêntrico,  por que tão prático, por que tão perigoso e inofensivo... São tantas coisas que perco a conta.     Mas ao mesmo tempo que gostaria de saber tudo, de conhecer um pouco mais, eu tenho medo. Medo de voltar ao passado, que tudo aquilo voltasse a tona sem dó nem piedade de ...

   Nunca deixei de gostar de você, talvez "amar" deveria ser a palavra certa, mas creio que minha idade não sabe o significado grande que isso seja, e quem sabe, eu realmente saiba o verdadeiro significado por isso não uso essa palavra por ela representar algo tão forte. Enfim, confuso. Nunca deixei de pensar um minuto em como você estava, o que fazia, o que pensava, o que sentia. Nunca deixei de sentir o que sentia, de pensar o que pensava, juro que tentava tirar tudo da minha mente, mas nunca consegui por completo.    Nunca deixei de tentar entender o que tinha acontecido, o que tinha dado errado, se aqueles dias realmente tiveram um significado. Como alguém pode se tornar tão obsessiva? Juro que não foi uma escolha, era automático. Era motivo de rezas, promessas, conversas com o espelho. Nunca deixei de ter minhas memórias guardadas na mente, intactas, reservando cada detalhe, sem furos.    Mas nunca deixei de seguir meu caminho, ao menos tentar deixar...

   Nesses últimos dois dias venho sentindo um peso no ar, algo que corrompe certezas, e coisas que um dia já foram reais. Certos acontecimentos e pequenos detalhem vem mudando um cotidiano, uma rotina que antes era primordial, e agora nem tanto. Me sinto um tanto deslocada, ficando com o que sobrou, com o que me resta, com o que foi dado e ainda tenho que me dar por satisfeita. NÃO! Não vou me contentar com o minimo, e também não vou deixar que as coisas mudem, possivelmente, pra pior. Entende o que quero dizer? Parece um pouco egoísta da minha parte, mas tem vezes que é bom ser pra não sofrer as consequências depois.    Sinto que perco a confiança que conquistei, amizades que concretei, sonhos que sonhei a cada dia, tudo parece ser diferente. Sinto que tomaram o que é "meu" por direito para suprir a falta que outro alguém faz. Desculpe, cheguei primeiro, conheço muito mais do que você tentou entender durante anos, t...

   É, eu sei, não ando escrevendo quase nada perto do que escrevia antes, mas as coisas estão muito rápidas. São tantas coisas que passam na minha mente e a maioria delas são descartáveis, não servem pra nada, só ocupam espaço numa mente um tanto pequena.    Apesar de tudo, me sinto na obrigação de vir aqui todos os dias para escrever um pedaço de mim, uma parte de pensamentos soltos que se concretam assim que transcrevo-os. Enfim, não sei mais o que dizer, ou explicar, a criatividade não me ajuda, e não vem me ajudando ultimamente.